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A DAMA DO MAR
Fruen fra havet (1888)
de Henrik Ibsen
tradução
Pedro Fernandes / Livros Cotovia
encenação Carlos Pimenta cenografia João Mendes Ribeiro figurinos Bernardo Monteiro desenho de luz José Álvaro Correia vídeo Alexandre Azinheira sonoplastia Ricardo Pinto
interpretação
Emília Silvestre Ellida Wangel Jorge Pinto Dr. Wangel Alexandra Gabriel Bolette Isabel Queirós Hilde
Paulo Moura Lopes Professor Arnholm António Durães Um Estranho
Luís Araújo Lyngstrand
Ivo Alexandre Ballested
assistência de encenação e produção
Vânia Mendes (aluna finalista da Escola Superior Artística do Porto)
produção Ensemble – Sociedade de Actores
Para Ibsen, o próprio desejo de uma vida plena e inteira surge como culpado; culpado de não ter em conta a verdade, isto é, as condições objectivas que se opõem ao livre desabrochar da pessoa. Ao mesmo tempo, Ibsen sabe muito bem que essa “megalomania da vida” é necessária. Nas suas últimas peças, os indivíduos encontram-se confrontados com uma terrível escolha entre dois males, entre dois erros igualmente trágicos. […] Era um grande poeta do mal-estar da civilização: dá-se claramente conta de que a civilização da sua época bloqueia o sonho de uma humanidade feliz e reconciliada consigo mesma, de que ela torna irrealizável esse desenvolvimento harmonioso. E, no entanto, Ibsen persegue esse sonho de peça em peça, até à desilusão. Bem antes de Thomas Mann, ele mostra quão vão é esse esforço que a vida faz para se transcender a si mesma e a impossibilidade dessa transcendência. Ele narra a barreira que existe entre o indivíduo e a vida. • Claudio Magris – “Un écrivain laconique et terrible: une conversation autour d’Ibsen”. OutreScène. N.o 2 (Mars 2003). p. 8.